Arquivo Público de Sergipe comemora 102 anos de preservação da história do estado
O Arquivo Público do Estado de Sergipe (Apes) atua há mais de um século a serviço da construção histórica da sociedade, e persevera em sua missão de oferecer à comunidade serviços de caráter primordial para o fortalecimento da cidadania. Gerenciado pelo Governo de Sergipe, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed), o Apes foi institucionalizado pela Lei n° 845, de 15 de outubro de 1923, e celebra 102 anos de uma trajetória marcada por ininterrupta dedicação.
O local promove a reflexão sobre a história nos esforços de conservação e preservação de uma significativa parcela do patrimônio documental do Estado de Sergipe, registrando a história do povo sergipano. A instituição guarda documentos importantes dobestado e carrega em seus arquivos a sergipanidade, desde toda a documentação que marca a Emancipação Política de Sergipe, até documentos doados por pesquisadores como Beatriz Góes Dantas, Luiz Mott, Gumercindo Bessa, Ibarê Dantas, entre outros que deixaram seu nome na história de Sergipe.
“A nossa principal função é fazer a gestão dos documentos do Governo do Estado e dar acesso a essa informação, para que as pessoas conheçam os atos da administração pública, que ajudaram a construir a nossa história. A gente cuida para preservar, a fim de que a sociedade sergipana conheça e auxilie na manutenção e divulgação da instituição”, explica a diretora do Apes, professora Sayonara Santana.
Localizado na travessa Benjamin Constant, ao lado da Praça Fausto Cardoso, onde também fica o Palácio Museu Olímpio Campos, o Arquivo Público respira história. É uma instituição encarregada de guardar, preservar e dar publicidade aos documentos produzidos pelo Poder Executivo, como correspondências oficiais, leis, decretos, documentos da burocracia estadual, mapas, fotografias, jornais, entre outros. O Arquivo tem alimentado pesquisas, entre monografias de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado, produzidas dentro e fora de Sergipe, até mesmo em pesquisas de estudiosos de outros países.
“Por mais de um século a serviço da sociedade sergipana, o Apes persevera em sua missão de oferecer à comunidade serviços de caráter primordial para o fortalecimento da cidadania. É aberto ao público e está sempre à disposição de escolas, pesquisadores, estudiosos, turistas e toda população que deseja conhecer um pouco mais do passado histórico tão importante para a formação do nosso estado”, reforça a professora Sayonara.
São aproximadamente sete milhões de registros administrativos e históricos, mais de seis mil obras bibliográficas em sua biblioteca e em torno de 2.600 fotografias e negativos no Acervo Iconográfico. Além disso, o espaço também guarda uma coleção de jornais e diários oficiais na Hemeroteca, e mapas, projetos e plantas do Acervo Cartográfico.
O acervo do Apes possui um universo documental da Emancipação Política de Sergipe, versando sobre as histórias da Administração do Estado, da Assembleia Provincial, da História do Império do Brasil e suas ramificações em Sergipe, do Regime Republicano no país e no estado, a História indígena, a História da Escravidão, processos, inventários, testamentos, listagens eleitorais, entre outros documentos históricos.
“O Arquivo Público é uma instituição fundamental para a preservação da memória histórica e cultural de Sergipe. Ele desempenha um papel crucial na guarda, organização e disseminação de documentos históricos e administrativos, contribuindo para a transparência e a pesquisa. São instrumentos de valor permanente que passam de geração a geração”, pontua o secretário de Estado da Educação, Zezinho Sobral.
Dentre os inúmeros documentos está a escritura de compra e venda de uma propriedade rural do município de Itabaiana, de 1692, documento mais antigo da instituição, além das coleções particulares do pesquisador Sebrão Sobrinho; do jurista Gumercindo Bessa; do poeta Freire Ribeiro e do pesquisador e historiador Epiphanio Dória, entre outros. Consta ainda do acervo do Apes todo o Diário Oficial, impresso em Sergipe desde a primeira edição em 1895.
O Arquivo Público também conta com o portal, um importante instrumento que oferece ao público a facilidade no acesso às informações que estão disponíveis, possibilitando mais ferramentas de acesso às documentações.
As origens do Apes remontam à antiga Biblioteca Provincial de Sergipe de São Cristóvão, criada pela Lei nº 233, de 16 de junho de 1848, à qual o arquivo vinculava-se como uma seção. Somente em 1923, o Apes é institucionalizado pela Lei nº 845, de 15 de outubro de 1923, no Governo Graccho Cardoso. Em 1926, o Arquivo volta a ser uma seção da Biblioteca por falta de recursos, e é ‘recriado’ pelo Decreto-lei nº 617, de 3 de abril de 1945, na Interventoria Federal de Maynard Gomes.
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